terça-feira, 4 de maio de 2010

Soneto de Esperança by Vicente Carvalho

Só a leve esperança em toda a vida
disfarça a pena de viver, mais nada;
nem é mais a existência resumida
que uma grande esperança malograda.

O eterno sonho da alma desterrada,

sonho que a traz ansiosa e embevecida,
é uma hora feliz, sempre adiada
e que não chega nunca em toda a vida.

Essa felicidade que supomos

árvore milagrosa que sonhamos
toda arriada de dourados pomos

Existe sim; mas nós não a encontramos,

porque está sempre apenas onde a pomos
e nunca a pomos onde nós estamos.

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