sábado, 8 de janeiro de 2011

Lição de amor!

Uma frágil mulher negra de cerca de setenta anos se coloca de pé lentamente. Do outro lado da sala, encarando-a, há vários policiais brancos. Um deles é o Sr. Van der Broek, que acabava de ser julgado e considerado implicado nos assassinatos do filho daquela mulher e de seu marido havia alguns anos. Van der Broek tinha ido à casa daquela mulher, levado seu filho, atirado nele à queima-roupa e depois incendiado o corpo do rapaz enquanto ele e seus parceiros festejavam de perto. Vários anos depois, Van der Broek e seus homens voltaram para buscar o marido da mulher. Durante anos ela não soube nada acerca do paradeiro dele. Depois, quase dois anos após o desaparecimento de seu marido, Van der Broek voltou para buscar a mulher. Como ela se lembra com detalhes vívidos daquele noite, em que foi levada a um local ao lado de um rio, onde lhe mostraram seu marido, amarrado e espancado, mas ainda forte espiritualmente, deitado sobre uma pilha de madeira. As últimas palavras que ela ouviu de seus lábios enquanto os policiais jovagam gasolina sobre seu corpo e o incendiavam foram:
"Pai, perdoa-os..." Agora a mulher está de pé no tribunal ouvindo as confissões feitas pelo Sr. Van der Broek. Um membro da Comissão pela Verdade e Reconciliação da África do Sul se volta para ela e pergunta: "E então, o que a Sra. deseja? Como podemos fazer justiça a este homem que destruiu a sua família tão brutalmente?"
*"Quero três coisas", começa a velha senhora a falar calmamente, mas com confiança.
*"Primeiro quero ser levada ao local onde o corpo de meu marido foi queimado para que eu possa recolher o pó e dar aos seus restos mortais um enterro decente".
*Ela fez uma pausa, e depois prosseguiu: "Meu marido e meu filho eram a minha única família. Portanto, em segundo lugar, quero que o Sr. Van der Broek passe a ser o meu filho. Gostaria que ele viesse duas vezes por mês até o gueto e passasse o dia comigo para que eu possa derramar sobre ele todo o amor que ainda existe dentro de mim". Ela também declarou que queria uma terceira coisa...
"Este também é o desejo de meu esposo. Assim, gostaria de pedir que alguém fizesse a gentileza de vir até aqui e me levar até ao outro lado desta sala para que eu possa tomar o Sr. Van der Broek em meus braços e abraça-lo e dizer a ele que ele está inteiramente perdoado." Quando os assistente do tribunal foram ajudar a anciã a atravessar a sala, o Sr. Van der Broek, estupefato com o que acabara de ouvir, desmaiou. Quando isso aconteceu, os que estavam no tribunal, família, amigos, vizinhos - todos eles vítimas de décadas de opressão e injustiça - começaram a cantar, suavemente, mas com segurança, "Maravilhosa graça, quão doce é o som que salvou um perdido como eu".
Embora pareça que a velha senhora que havia sofrido uma perda tão dolorosa estivesse fazendo um enorme favor ao Sr. Van der Broek - e realmente estava - ela na verdade estava fazendo mais por si mesma do que por ele. Por causa de sua atitude, o seu passado não tinha qualquer autoridade sobre o seu futuro. Ela não permitiria que a dor do passado envenenasse o seu posicionamento. A sua atitude glorificou a Deus.
*Deus não é glorificado pelo nosso sofrimento, mas Ele é glorificado quando temos uma atitude positiva enquanto sofremos.
Tenho certeza [diz a autora] de que aquela mulher teve de disciplinar seus sentimentos. Ela teve de fazer uma escolha que não foi nada fácil, mas a recompensa valeu a pena. Ela tomou a decisão certa enquanto ainda estava sofrendo, e aquela decisão contribuiu para pôr um fim à sua dor. Enquanto permanecemos irados, damos continuidade à nossa dor. Quando começamos a orar por aqueles que nos feriram e a abençoá-los, a dor é absorvida pelo amor. Como disse Mahatma Ghandi certa vez: "Os fracos nunca conseguem perdoar. O perdão é atributo aos fortes".

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